Startup baiana cria revestimento comestível para proteger frutas e verduras

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O desperdício de alimentos é um problema mundial. Com o aumento da população do planeta, essa situação pode contribuir para a insegurança alimentar de muitas famílias. De acordo com pesquisa realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em 2021, cerca de 20% das frutas e vegetais se perdem entre a colheita e a comercialização. Com objetivo de combater o desperdício, Jossimara Neiva, junto com uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), criou a startup BeeAction e desenvolveu um revestimento comestível que retarda o envelhecimento e protege as frutas e verduras durante o trajeto até o consumidor final.

O produto é a combinação da pectina cítrica, uma fibra solúvel encontrada naturalmente nas frutas e verduras, e a geoprópolis, que é obtida a partir da mistura de pequenas quantidades de solo e resinas vegetais coletadas pelas abelhas sem ferrão. “A pectina cítrica dá a base para o revestimento e a geoprópolis confere ao produto a capacidade de interagir com a superfície do fruto e, por meio de suas propriedades nutracêuticas, retarda o processo de envelhecimento dos frutos. Esse processo prolonga o tempo de prateleira, assim, o consumidor final irá adquirir produtos frescos, tudo isso sem uso de conservantes sintéticos”, diz.

Jossimara explica como o revestimento comestível, que ainda está em desenvolvimento, deve ser aplicado nos alimentos. “Os frutos a serem revestidos serão previamente higienizados e receberão o revestimento por imersão. Também temos a perspectiva de disponibilizar o produto para aplicação por spray. O produto é solúvel em água, desse modo, poderá ser retirado na higienização antes do consumo, mas, por se tratar de um produto elaborado com ingredientes naturais, poderá ser consumido”.

De acordo com a pesquisadora, a ideia é inovadora e pode ajudar no combate ao desperdícios de alimentos. “Ao envolver completamente os alimentos, se forma uma película fina capaz de proteger contra danos mecânicos durante o transporte, retardar a senescência natural e aumentar a vida de prateleira. Através de compostos ativos, o revestimento ainda pode enriquecer o alimento, proporcionando ao vendedor menores perdas econômicas em razão do desperdício”, afirma.

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A startup é uma das aprovadas pelo Edital Centelha, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), que é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). O projeto ainda tem parceria com o Grupo de Pesquisa Insecta, Núcleo de Estudo dos Insetos, e a Seiva Incubadora de Inovação, ambos da UFRB. Além de Jossimara, compõem a equipe as professoras da UFRB Geni da Silva e Maria Angélica, respectivamente doutoras em Entomologia e Agronomia, e Mariza Alves, doutora em Ciências Agrárias.

FONTE: Governo da Bahia

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