Se tem um ingrediente que tem a identidade do Brasil é a tapioca. Com registros desde a época da colonização, o subproduto da mandioca está presente em diversas receitas da nossa gastronomia. Seja em doces ou salgados, vale a pena conhecer mais sobre a versatilidade da tapioca.
Nos primeiros registros dos visitantes europeus à nossa terra constam informações sobre a tapioca, essencial alimento da culinária indígena.
Tal motivo, portanto, faz com que a matéria-prima, a mandioca, seja considera a “rainha do Brasil” por Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), um dos mais importantes pesquisadores das manifestações culturais brasileiras, como registrado no seu livro “História da Alimentação no Brasil”, que se tornou série em vídeos com entrevistas e documentários.
A lenda da Mani
A mandioca tem tanta importância cultural que reserva ao folclore indígena sua própria lenda: a história de uma jovem indígena de pele branca chamada Mani, que morreu precocemente. No solo onde ela foi enterrada, nasceu uma planta, cuja raiz era tão branca quanto sua pele. A nova planta ganhou o nome de mandioca, ou seja, uma junção de Mani (nome da personagem) e oca (habitação).
Conhecida também como macaxeira ou aipim, é um dos principais alimentos energéticos para mais de 700 milhões de pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento (fonte: EMBRAPA). O Brasil participa com 10% da produção mundial, sendo considerado o segundo maior produtor em escala global.
Entre as espécies de mandioca, alguns nomes são bem peculiares e interessantes como a mandioca Zolhudinha, Mãe Joana, Poti, Amansa Burro, Pioneira, Gema de Ovo, Olho Junto e Formosa. São alguns exemplos das variadas espécies cultivadas no nosso extenso Brasil, cujo clima é perfeito para o cultivo.
Tapioca, um dos subprodutos da mandioca
Da mandioca são originados subprodutos e entre eles estão a farinha da mandioca, muito utilizada na farofa, o tucupi, caldo considerado o “ouro da Amazônia” e a tapioca, fécula (ou goma) extraída da raiz da mandioca, ingredientes muito utilizados na culinária nacional e, principalmente, na gastronomia paraense.
Não tem como falar da região norte sem mencionar a mandioca brava amarela, que dá origem a diversos tipos de farinha como farinha de Bragança, batizada assim devido à cidade de origem, localizada no interior do Pará.
A tapioca é uma boa fonte de energia, sem glúten ou lactose, muito comum no café da manhã nas regiões norte e nordeste, podendo ser consumida por celíacos.
Todavia, os hábitos de consumo de tapioca são muito distintos. Em Belém, por exemplo, as tapiocas doces geralmente são servidas com leite de coco seco, leite condensado e coco ralado na folha de bananeira.
A textura macia e molhada deixa a tapioca bem suculenta e apetitosa para um café da manhã ou até mesmo no café da tarde. As salgadas, geralmente são enroladas com texturas macias ou crocantes, recheadas com manteiga e queijo.
Em São Luís do Maranhão, predominam as tapiocas salgadas, com recheios de catupiry com carne seca e calabresa com requeijão.
Para acabar com a sua fome de tapioca, aí vai uma receitinha fácil e saborosa para aquele lanchinho rápido e que rende 8 unidades aproximadamente:
Muffin de tapioca com 2 queijos
Ingredientes
- 4 colheres de sopa de goma de tapioca pronta
- 2 colheres de sopa de farinha de linhaça dourada ou farinha de arroz
- 4 colheres de sopa de creme de ricota
- 1/2 xícara de queijo parmesão ralado
- Temperos a gosto (lemon pepper, orégano, ervas finas etc)
- Sal marinho e pimenta do reino a gosto
- 1 colher de sopa de fermento em pó
- 4 ovos
Modo de preparo
Pré aqueça o forno a 210ºC. Em uma tigela, junte todos os ingredientes, deixando o fermento por último. Mexa bem, prove os sabores. Em seguida, adicione o fermento, misturando bem e distribua em forminhas de silicone. Por fim, leve para assar por cerca de 15 minutos ou até dourar e firmar.
Fonte Gastronomia Carioca