Faz uns três anos ou um pouco mais que o setor do agronegócio brasileiro vem articulando movimentos no sentido de mudar sua imagem diante do público urbano e também no exterior. Sempre é bom lembrar que é um projeto dos produtores rurais, bem mais que dos outros setores que compõem o agro como um todo. O projeto vai em busca de valorização do pessoal do campo como um profissional importante para a sociedade como um todo.
Os pontos mais controversos, em geral, são os referentes a desmatamento de áreas para conversão em produção agropecuária, agroquímicos em excesso, queimadas, uso de água na plantação, entre outros de menor interesse. Fato é que sempre que estes assuntos ganham espaço na imprensa, gera uma reação muito forte de ambas as partes. E, novamente fica demonstrado que o agro não sabe muito bem como se comunicar com a cidade, diante destas críticas.
Mas desde a metade do segundo semestre de 2020 um tema tem ocupado as redes sociais e a imprensa especializada no agronegócio. Um grupo de pais, produtores rurais de várias partes do País, iniciou um movimento para alterar a forma como alguns temas são abordados nos livros didáticos, distribuídos nas escolas públicas. Segundo estes pais há uma vilanização do produtor rural quando o tema é desmatamento, produção de alimentos, entre outros assuntos. Este movimento ganhou a adesão de Xico Graziano, consultor em agronegócio, que se propôs a fazer uma revisão e sugestão de temas a serem colocados nos livros.
É importante lembrar que existe um trabalho sendo realizado há 20 anos pela Associação Brasileira de Agronegócio, unidade de Ribeirão Preto, ABAG/RP, que atua junto a escolas da região, para difundir o agronegócio junto aos alunos e professores. E ainda que o resultado do trabalho feito pelo Graziano com o apoio do professor Marcos Fava Neves, foi lançado semana passada. Abaixo segue um breve resumo e o link para que possam conhecer melhor. São 10 itens e será apresentado somente quatro.
Tema 1 – Cooperativismo no agro. Cooperativas agropecuárias e outras formas aglutinadoras de produtores rurais se destacam no mundo colaborativo da agropecuária brasileira, que aglutinam cerca de 50% da produção de alimentos do Brasil. O cooperativismo é uma força em prol da solidariedade, fundamental por trazer milhares de agricultores familiares ao ciclo da prosperidade. Suas histórias, em cada canto do país, deveriam ser mais contadas, pois encantam os jovens.
Tema 2. Aproveitamento dos alimentos. O desperdício de alimentos, suas causas e seu combate, fazem diferença em um mundo onde milhões ainda passam fome, e se verifica enormes perdas de comida, no transporte da safra, na colheita, nos restaurantes, nas mesas das famílias. Engajar os jovens na questão do desperdício de alimentos é uma excelente oportunidade para exercícios, exemplos e sugestões, a começar pelo consumo local.
Tema 3. Matas ciliares. A preservação das áreas que margeiam os cursos de água, obrigatória com a aplicação do Código Florestal no país, está trazendo um aumento das matas que protegem a biodiversidade. Os alunos podem ser levados a trabalhos de reconhecimento de matas ciliares no município onde se localizam, detectar aves e mamíferos que voltaram a aparecer no campo, como tucanos e até onças pardas.
Tema 4. Bem-estar animal. Novos sistemas de condução e produção de animais se evidenciam em todo o mundo, inclusive no Brasil. Significa a implementação de práticas amigáveis e respeitosas, valorizando o espaço livre, as liberdades animais e a senciência dos bichos. Na doma de cavalos, por exemplo, ou no manejo do gado nos currais, práticas inovadoras respeitam os animais, evitando os maus tratos de antigamente.
Para ler mais. http://bit.ly/2ML8JZz