
As principais vinícolas de Rías Baixas, na costa sudoeste da Galiza, na Espanha, estão enfrentando uma situação complicada devido às ameaças do presidente Donald Trump de impor tarifas de 200% sobre os vinhos e produtos alcoólicos importados da União Europeia. Essa medida afetaria significativamente as exportações de vinhos espanhóis para os Estados Unidos, que é o principal destino para as vinícolas de Rías Baixas.
Impacto das Tarifas sobre as Vinícolas de Rías Baixas
As vinícolas de Rías Baixas estão paralisadas, aguardando a decisão sobre as tarifas que o presidente Trump ameaça impor. De acordo com Iván Gómez, diretor da HGA Bodegas y Viñedos de Altura, “nenhum contêiner está saindo” porque há uma espera para saber qual será o desfecho do anúncio de Trump. Isso significa que as exportações de vinhos para os Estados Unidos estão sendo interrompidas, o que pode ter um impacto significativo sobre as vendas e a economia das vinícolas.
A Situação Atual das Exportações de Vinhos
A administração Trump adiou para 14 de abril a decisão sobre as tarifas, o que levou a associação de importadores a manter “quase todos os pedidos paralisados”. No caso da vinícola de Gómez, três contêineres tiveram o envio interrompido. No momento, a única opção tem sido redirecionar os embarques para países como Porto Rico. “Ninguém quer embarcar um contêiner e, no meio do caminho, descobrir que precisa pagar essa quantia”, afirma Gómez.
O Mercado dos EUA: Um Destino Fundamental para as Vinícolas de Rías Baixas
Os EUA são o principal mercado para as vinícolas de Rías Baixas e para os vinhos europeus como um todo. Se confirmada, a tarifa pode “matar completamente” as chances de comercialização nesse território. A expectativa é que “haja um recuo” nas negociações entre os governos norte-americano e da UE, reduzindo a tarifa para 25% ou para um nível semelhante ao que está sendo estabelecido para automóveis não fabricados nos EUA.
O Impacto sobre a Economia das Vinícolas
Em 2024, os EUA foram o segundo maior mercado para os vinhos espanhóis e o principal para os espumantes. A perda desse mercado pode ter um impacto significativo sobre a economia das vinícolas. De acordo com Gómez, os vinhos de Rías Baixas ocupam um segmento “mais elevado” em comparação a outros destinados a vinhos de mesa. Isso significa que a perda desse mercado pode afetar significativamente as vendas e a rentabilidade das vinícolas.
A Busca por Novos Mercados
Diante da incerteza do mercado dos EUA, as vinícolas de Rías Baixas estão buscando novos mercados para exportar seus vinhos. De acordo com Gómez, a empresa está explorando novos mercados no norte da Europa ou na Ásia. “No Japão já vendemos, mas podemos expandir um pouco mais”, afirma. Países da América Central, como o México, e da América do Sul também surgem como opções de crescimento.
A Importância de Negociações entre a UE e os EUA
A União Europeia anunciou que, a partir de abril, aplicará tarifas de até 26 bilhões de euros sobre uma ampla gama de produtos norte-americanos. Isso é uma resposta às tarifas “injustificadas” de 25% que Washington impôs às importações de aço e alumínio europeu. A UE estima que o impacto das tarifas norte-americanas sobre aço, alumínio e derivados europeus seja de US$ 28 bilhões de dólares.
A Necessidade de uma Solução
A situação atual é complexa e requer uma solução rápida para evitar danos significativos à economia das vinícolas de Rías Baixas. De acordo com Ramón Huidobro, secretário-geral do Conselho Regulador da Denominação de Origem dos vinhos Rías Baixas, é necessário que as autoridades europeias e norte-americanas negociem para que o vinho não seja usado como “moeda de troca” em disputas comerciais. A Federação Espanhola do Vinho (FEV) também alertou sobre o impacto negativo que a ameaça de Donald Trump pode ter para os vinhos nacionais.
O Futuro das Exportações de Vinhos
O futuro das exportações de vinhos de Rías Baixas está incerto, mas é claro que as vinícolas precisam encontrar novos mercados e negociar com os governos para evitar danos significativos à economia. A União Europeia e os EUA precisam encontrar uma solução para evitar uma guerra comercial que afete os vinhos e outros produtos. Enquanto isso, as vinícolas de Rías Baixas continuam a produzir vinhos de alta qualidade e a buscar novos mercados para exportar seus produtos.