A produção cinematográfica mais comentada dos últimos dias é da plataforma Netflix, uma das maiores no serviço de streaming. “O poço” vem dividindo opiniões no que diz respeito à mensagem que transmite sobre desigualdade social e empatia.
O filme estabelece um paralelo entre dois tipos de pessoas: as de cima e as debaixo. O que não deixa de ser um retrato sórdido, porém real, da sociedade atual. A ficção ilustra uma prisão vertical onde os encarcerados, são organizados aos pares, um em cada nível. A comida é oferecida regularmente em quantidade suficiente para todos os reclusos, contudo, quem está nos andares superiores, se farta com muito, esbanja e desperdiça, e consequentemente, deixa os andares inferiores com cada vez menos ou com nada.
Os personagens são caricatos, apresentam as nuances da detenção ou não do poder, os devaneios causados pela fome, a luta pela vida e em defesa de entes queridos. Um em especial, chama a atenção, é questionador, enclausurou-se espontaneamente e passa a trama tentando compreender a dinâmica da instituição, bem como corrigir as injustiças acometidas. O que o diferencia dos demais presos, propõe uma inferência sutil sobre sua conduta, Goreng (Ivan Massagué), podendo escolher um objeto para levar ao poço, optou por um livro, mas não um livro qualquer, o notável “Dom Quixote”. Entre centenas de prisioneiros, ele apresenta evidências de que demonstra empatia por quem está abaixo, mas isso de pouco adianta. Para transformar uma estrutura opressora e viciada, Goreng logo descobre, é preciso mais do que diálogo e boas intenções.
“O Poço” impressiona pelo quanto se assemelha à crise da pandemia, seus confinamentos e restrições. Assisti-lo hoje traz um sabor amargo e familiar demais aos sofrimentos do agora. O armazenamento de comida em grandes quantidades, as brigas pelo álcool em gel, o conforto ou falta dele no isolamento social entre outras.
Apesar de cenas sofríveis, a mensagem do filme é de esperança, quue é encontrada no fundo do poço! Vale a pena assistir!
Daniela Antunes
Pedagoga e Bióloga, Especialista em Gestão e Orientação Educacional
Realmente!Adorei o texto e a mensagem que ele transmite,parabéns Daniela