Com a realização da Agrishow, uma das maiores feiras de máquinas agrícolas do País, que retomou ao formato presencial, muitas questões se mostram ainda sem uma resolução segura para a próxima safra. Começa pelo crédito rural que não há no horizonte informação sobre ter ou não um aumento na subvenção e ainda, com junho se aproximando, mês que normalmente é divulgado o plano safra, não há perspectivas de valores a serem disponibilizados para a produção agrícola brasileira.
Vem somar a isto, as perdas sofridas em várias regiões, por questão do clima e a influência da guerra na Europa, onde a Rússia, um dos principais produtores de fertilizantes, não garante entregas do produto para o Brasil. Isto deixa todo o setor produtivo inseguro porque não sabem como plantar sem este importante insumo. Neste caso, vale sempre a máxima de que quando a água bate nos joelhos, sempre se encontra uma saída.
Creio que tanto os produtores quanto as entidades que os representam estão na busca de alternativas. A ciência deve estar apresentando tecnologias que vão sanar a falta dos nutrientes, no todo ou em parte, para que a produção seja pelo menos igual à da safra anterior. Porque há um cenário que se desenha, e pode ser mais preocupante que isto. Por várias situações que estão ocorrendo juntas, os preços dos produtos agrícolas estão subindo, formando um efeito dominó e apertando o bolso do consumidor, na ponta do varejo.
Acontecendo o que alguns economistas já estão alertando, teremos uma inflação alta, principalmente nos alimentos. Isto vai trazer um freio no consumo e reter a produção fazendo o dominó reverso, até chegar na mão do produtor, que não consegue escoar sua produção.
E o que isto tem a ver com o Agrishow? Será que a comercialização de máquinas agrícolas será afetada por este cenário? Ou a rentabilidade obtida pelos sojicultores e milhocultores vai permitir que invistam em equipamentos que estão sendo necessários para que a sua “fábrica” continue produzindo? A presença de políticos em ano de campanha vai trazer boas novidades ou serão somente promessas? O fato é que a produção agrícola está precisando de cenários mais afirmativos, conclusivos para saber se aumenta, mantém ou diminui os investimentos para a safra 2022/23. E isto, só autoridades governamentais e o futuro, podem trazer respostas.
