Com diversas opções de materiais, tipos de portas, adereços e acabamentos, as decisões devem ser tomadas em consonância com o projeto
Mais do que um elemento funcional para conter a água utilizada durante o banho, o box colabora não apenas na estética, como na praticidade do banheiro e na segurança dos usuários. Mas a sua existência, até então sem a devida valorização nos projetos, passou a somar dentro do conceito de ‘refúgio’, carregando a incumbência de proporcionar momentos de relaxamento e autocuidado.
Mas o que deve ser observado para a escolha do box? O arquiteto Bruno Moraes, à frente do BMA Studio, destaca as 5 principais observações que analisa para executá-lo nos projetos de banheiro. Acompanhe:
O que levar em consideração?
Para começar, o profissional ressalta que é fundamental entender como o morador pretende aproveitar o box, bem como as preferências a serem refletidas no seu design. De acordo com ele, cada detalhe importa, incluindo desde a necessidade de espaço extra para os produtos de higiene até a inclusão de nichos ou prateleiras personalizadas. “Podemos atender desejos como a configuração de um local amplo para o casal, incluindo a colocação de dois chuveiros, ou seguir pela configuração clássica”, enumera.
Nesse processo, Bruno já chegou a deslocar o registro de água para a entrada do box. “O intuito foi justamente o de permitir o acionamento ainda do lado de fora, evitando o desconforto de entrar no box e ser surpreendido por um jato de água fria”, recorda-se.
Ele ainda determina que essas preferências influenciam diretamente no tipo de fechamento do box com altura padrão ou até o teto e no estilo da porta, ou a instalação de modelos de correr ou de giro. “A especificação dos revestimentos igualmente interfere na estética que buscamos imprimir ao projeto”, acrescenta o profissional.
Outro aspecto abarca a acessibilidade conforme os parâmetros da norma técnica NBR9050, que determina as dimensões adequadas para vãos, giros de cadeira de rodas e entradas no box, além de alturas corretas para bancadas e barras de apoio.
Para idosos, Bruno Moraes ainda recomenda a instalação de barras de apoio e a instalação de revestimentos com maior aderência como forma de prevenir quedas. Pensando em moradores com deficiência visual, crianças ou pessoas obesas, outras adaptações específicas podem ser necessárias. “O tamanho do box deve ser adequado ao uso, seja para uma pessoa, um casal, ou até mesmo uma banheira de bebê”, explica.
Segundo o profissional, os projetos atuais carregam referências mais minimalistas e funcionais, como o caso das esquadrias com vidro sem moldura e perfis discretos. Além disso, integrá-lo com o estilo do restante do banheiro valoriza o ambiente como um todo, criando uma continuidade visual que amplia a percepção do espaço.
Portas para o box
As duas versões mais comuns são as de correr e de giro e a altura tanto pode ser a padrão, de 1,90 m, ou do piso ao teto, que permite desfrutar da sensação de SPA com o vapor conservado em seu interior. Nos projetos abaixo, ele desenvolveu um design de box personalizado com portas que abrem para os dois lados.
O profissional destaca sua predileção pelo vidro, “pois se trata de uma definição segura e moderna”. As portas podem ser inteiramente de vidro, fixadas apenas com um kit metálico superior, ou apresentar um requadro de estrutura metálica, como alumínio ou inox, para um visual mais robusto e durável. A espessura do vidro, que deve ser laminado ou temperado, varia de acordo com o tamanho da porta. “Em caso de quebra, ocorre a fragmentação em pedaços pequenos que, por sua vez, permanecem presos à laminação para evitar acidentes graves, no caso do vidro laminado”, salienta.
Sobre a espessura do vidro, para portas menores ele assegura que 8 mm são suficientes, enquanto as maiores precisam de uma espessura a partir de 10mm.
Revestimento interno do box
A escolha deve assegurar durabilidade e resistência à umidade dentro do box e entre as sugestões trazidas por Bruno estão a cerâmica esmaltada, pastilhas, porcelanatos e pedras naturais, como granito e quartzito, por serem altamente resistentes à umidade e de fácil manutenção. A contraindicação está relacionada às opções porosas que são suscetíveis à umidade.
Contudo, o revestimento não deve ser o único material com a incumbência de reter umidade: o arquiteto recomenda a impermeabilização, tanto nas áreas do piso, virando nas paredes e do box, para garantir a longevidade do box e a aplicação correta de silicone e rejunte nas portas do box para evitar infiltrações. Outro recurso bacana é a instalação de uma ‘baguete’ que origina um pequeno desnível entre o box e o restante do banheiro para conter a água do banho.
Acabamentos das portas
Sobre as ferragens, Bruno prefere o alumínio com pintura eletrostática, inox e, em alguns casos, o aço galvanizado com a mesma cobertura. “Embora resistente, o aço galvanizado deve ser executado com precisão, e com a cobertura correta para evitar corrosão no contato com a umidade”, orienta.
No capítulo ralo, ele tanto pode figurar na versão aparente ou oculto por meio do acabamento do porcelanato que, embora discreto, reduz a vazão da água.
Estética do banheiro
Para criar uma harmonia visual no banheiro, é essencial que o design do box esteja em sintonia com o restante da decoração. “Gosto de combinar o revestimento e as cores do box com o restante do banheiro, entregando uma continuidade no estilo, seja ele clássico, contemporâneo ou temático”, indica Bruno. Além disso, também sugere a combinação das ferragens do box com outros metais do banheiro, como torneiras e porta-toalhas, para manter a coesão.
A iluminação é outro aspecto que deve ser integrado ao conceito geral do banheiro, proporcionando tanto uma cena de luz relaxante, onde é preferível a utilização de uma luz amarela, quanto uma iluminação mais intensa para atividades como maquiagem, onde o indicado é a utilização de uma lâmpada com alto índice de IRC (Índice de Reprodução de Cor).
dc33 Comunicação