De controvérsia em controvérsia a educação financeira vai rompendo barreiras.
Acordou com vontade de dar mesada. Ficara sabendo que seu filho era o único no grupo de amigos que ainda não recebia e começou a observar que ele até merecia.
Fez umas contas de cabeça, ligou para uma amiga modernete que se dizia entendida no assunto, fez uma lista de afazeres e disse ao filho que ao cumprir as obrigações teria a quantia estipulada. O menino empolgado arrumava a cama, lavava os pratos, tirava o lixo e colocava comida para o cachorro.
Todos estavam felizes. Ele – aplicado – já tinha planos para gastar o dinheiro. Ela, aliviada, chegava em casa e encontrava paz por não ter quer brigar pelos diminutos afazeres.
Acontece que os planos mudam, os interesses se modificam e as crianças crescem. A mesada atrelada a uma obrigação doméstica remunerada fez com que que o pequeno disciplinado se tornasse o adolescente tarifário.
– Filho, vá comprar o pão.
-Quanto vou ganhar?
-Filho, atende o carteiro.
– A senhora vai me pagar?
Valei-me minha Nossa Senhora dos Endinheirados, saiu batendo o pé e colocando as mãos na cabeça. Sem ter com quem conversar, disse pra si mesma: Tudo desse menino agora é dinheiro.
Inspirou, respirou e resolveu pesquisar. Quase perde a fala quando viu que mesada não é pagamento por atos obrigacionais. Queria dar um reset, fazer o certo, voltar atrás, mas a vida segue, o tempo não volta e o que lhe resta é correr atrás do lucro.
Sem pestanejar chamou o menino de lado. Tenho cá pra mim que agora… ou vai ou racha.
Pra hoje, saudades da rainha, que continua linda estampada na libra esterlina!