Da série antes tarde do que nunca

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Acordou, respirou, fez sua meditação diária e decidiu que daria livros de presente para todos os seus.
Seus? Que seus? Seus amigos, seus filhos, seus tios, seus afilhados.
Nunca gostou de ler, mas tem ouvido que investir em conhecimento rende sempre os melhores juros. Abriu o site internacional de compras, clicou na lupa e não sabia o que pesquisar. Por autor? Não conhecia. Editora? Vala-me, pai, não sabia. Tema? Excelente opção.
Lembrou do amigo que gosta de vinhos e pesquisou a palavra-chave: bebida. Achou tanta variedade que a princípio queria comprar tudo e, por fim, não queria comprar nada.
Foi mudando, acrescentando e tirando coisas no carrinho. Foi se enveredando pelo universo de infinitas possibilidades, temas, histórias, sinopses que – quando deu por si – já estava entusiasmada querendo ler.
Se perguntou em que momento da vida achou que leitura não era para ela. Tem para si que foi na escola, com aqueles livros que lhe davam sono. Mas a verdade, a verdade verdadeira, é que nunca soube seu ponto de interesse. Nunca se permitiu olhar por dentro. Sempre esteve atrasada, ocupada, correndo de um lado para outro ou preocupada com assuntos diversos.
Hoje, fazendo uma retrospectiva, ela percebe que ele sempre esteve lá… a sua espera. Lamentou o tempo gasto na leitura de revistas e sites de fofocas, nas rádios piratas e nos falsos divertimentos. Como não é de se martirizar, respirou aliviada. Antes tarde do que nunca. Comprou seu primeiro livro de R$19,90.

Da série antes tarde do que nunca

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