As redes sociais vem ganhando um papel cada vez mais importante no que diz respeito à popularização de campanhas em defesas de causas como o racismo, assédio sexual, questões ambientais etc. Tais campanhas costumam repercutir rapidamente, “viralizando” na rede mundial de computadores de modo que nem sempre há tempo hábil para que acusado e acusador e demais envolvidos, se pronunciem. A iniciativa costuma partir de simpatizantes que tem afinidade com a causa e passam a divulgar informações e relatos através de “hashtags” em aplicativos como Twitter e Instagam. Em questão de minutos, a proposta vai ganhando milhares de compartilhamentos e “reposts”.
A exemplo disso, é pertinente citar o caso do garoto Miguel, que ganhou repercussão nacional após cair do nono andar de um prédio em Recife, segundo as investigações, devido à negligência da patroa da mãe do menor.
De menor proporção, porém, não menos importante, o oeste baiano vem testemunhando a militância de jovens meninas e meninos, vítimas de assédio/abuso sexual, na cidade de Barreiras, que resolveram não mais se calar e utilizaram as redes sociais para denunciar a incidência de situações de abuso sofridas em instituições de ensino, no comércio e em eventos locais. Com um perfil chamado “Exposed Barreiras”, o grupo relata depoimentos das vítimas assim como orienta as formas legais de procedimento de denúncia e sugere busca por acompanhamento psicológico, além de trazer informações inerentes ao assunto, ao público em geral.
A prática dos “exposeds” é recente, desde o mês de maio, jovens de todo país têm usado as redes sociais para denunciar violências sexuais e de gênero com a hashtag “exposed” seguida do nome da cidade em que vivem. Há relatos de estupro, assédio sexual e importunação sexual, entre outras denúncias de abusos aos quais elas foram submetidas. “Exposed” é um termo usado no meio virtual para, justamente, expor um caso ou uma pessoa que cometeu um abuso mas que, até então, se mantinha em segredo. Segundo especialistas, uma ação conjunta como essa pode dar mais força para a mulher fazer uma denúncia formal — ou ainda, ao ver que outras pessoas passaram pelo mesmo e receber mensagens de apoio, a atitude pode ajudar a vítima a começar a trilhar o caminho para superar o trauma.
