Já combinaram com os Russos??

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Conta a lenda que na Copa de 58, durante a preleção feita antes do jogo contra a União Soviética, o técnico brasileiro Vicente Feola, reuniu os jogadores e combinou a estratégia da partida.

No meio de campo, Nilson Santos, Zito e Didi trocariam passes curtos para atrair a atenção dos russos. Vavá puxaria a marcação da defesa deles, caindo para o lado esquerdo do campo. Depois da troca de passes no meio do campo, repentinamente a bola seria lançada por Nilton Santos, nas costas do marcador de Garrincha, que venceria facilmente seu marcador na corrida, iria para a linha de fundo e cruzaria para dentro da área, encontrando Mazzola que faria o gol. Garrincha, na sua simplicidade, perguntou ao técnico: “Tá legal, seu Feola, mas o senhor já combinou tudo isso com os russos? (1)

Até antes da pandemia, vivíamos num ritmo frenético no que tange às questões de trabalho. Produção, produtividade, metas, stress, cobranças, medo de perder o emprego, desejo de ter uma promoção, etc. E quando o ritmo caía. O empregador reunia a todos para encontros motivacionais, treinamentos para dar um novo gás e começar tudo novamente. Mas uma coisa, aos poucos, começava a se infiltrar nas pessoas, silenciosamente, sem perceberem. A ansiedade, angústia e, muitas vezes, a depressão por não atingir os resultados propostos.

E esta é uma situação que atinge também ao setor agro, não só nas empresas, como no dentro da porteira. Ao longo do tempo, foi se construindo uma forma de “viver” de ser dentro das empresas, nos seus ambientes, em que o lado humano, apesar de todos os discursos, nunca representou, de fato, algo de extrema relevância. Sempre, o mais importante foi e é o resultado final, o faturamento.

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Claro, não sou ingênuo. Há todo um sistema em que é preciso ter renda para viver, para pagar as contas e ver se sobra algum para lazer.

Mas a conta que está sendo cobrada, ao final de tudo, começou a ficar muito cara porque está levando as pessoas, funcionários, a um estágio de doença onde somente tratamentos com psicoterapia e remédios psiquiátricos resolvem.

O modelo proposto e que ainda está em vigor é criar métodos e fórmulas de atuar onde se consiga extrair o máximo de produtividade por hora de um “colaborador”. Treinamentos, consultorias, Coachings, modelos mentais, neuro isto, neuro aquilo, avaliações de perfis, avaliações do que posta nas redes sociais, participações nos grupos, nas festas da empresa, treinamento para liderança, escolha de líderes, incentivo à competitividade interna, criam climas e ambientes que em nada contribuem para a evolução humana dos negócios. Somente máquinas. E aí cabe a primeira pergunta: Já combinaram com os Russos?

Aí então, cabe a segunda pergunta; vale a pena?

O link abaixo é sobre a fabricante de borrachas escolares Mercur e pode ser que dê uma resposta.

https://www.youtube.com/watch?v=DpGpx4QgUbw

Já combinaram com os Russos??

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