Abapa discute cultura do algodão e impactos do El Niño

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A divulgação dos resultados das pesquisas para a cultura do algodão, na safra 2022-2023, e os possíveis impactos do El Niño no próximo ciclo, na Bahia, foram tratados durante o Workshop de Resultados e Pesquisas do Algodão, promovido pela Fundação Bahia, no Auditório da Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães (BA).

Produtores, consultores, pesquisadores, gerentes de fazendas, técnicos agrícolas, empresas parceiras no desenvolvimento de pesquisas, instituições e associações ligadas ao agronegócio fizeram parte do público, estimado em 200 pessoas. O evento contou com o apoio da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), do Fundo Privado de Defesa Agropecuária (Fundeagro) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O gerente do Programa Fitossanitário da Abapa, Antonio Carlos Araújo, representou a Abapa no evento e apresentou números recentes da safra 2022-2023, que, segundo ele, tem alcançado ótimos resultados de produtividade, com médias de até 350 arrobas de algodão em caroço por hectare, na maioria das propriedades baianas. “O manejo fitossanitário tem que ser coletivo e cultural para haver sustentabilidade. Com esse resultado, estamos vendo que o dever de casa está sendo feito com excelência por todos os envolvidos na cadeia do algodão”, afirmou.

Durante a programação, foram apresentadas as diretrizes para a safra, as orientações de manejo em relação ao clima, as cultivares de melhor desempenho, assim e melhores práticas na utilização delas, desde a preparação do solo.

No painel “Resultados agronômicos e econômicos das novas cultivares de algodão”, o pesquisador da Cotton Consultoria, Eleusio Curvelo Freire, apresentou o projeto desenvolvido há nove anos pela Fundação Bahia, que permitiu a identificação das cultivares de maior produtividade e melhor qualidade de fibra, que atualmente são plantadas em 80% da área de cultivo no estado.

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“Essas cultivares vêm contribuindo para a uniformidade da qualidade da fibra e para o aumento de produtividade do algodão da Bahia. Outra conclusão do estudo é que, nas avaliações deste ano, de todas as cultivares disponíveis no mercado, foram identificadas 12, que apresentaram rentabilidade líquida superior a 2 mil dólares por hectare”, afirmou o pesquisador. As selecionadas foram divulgadas no evento. Tradicionalmente, os produtores escolhem cinco ou seis delas para plantar na próxima safra, mantendo, dessa forma, o padrão de poucos cultivares ocupando 80% da área plantada”, disse.

Abapa discute cultura do algodão e impactos do El NiñoNematoides, mancha alvo e El Niño

Um dos ensaios conduzidos pela Fundação Bahia mostrou que o plantio de cultivares não resistentes a nematoides pode reduzir a produtividade em até 120 arrobas por hectare. No evento, foram apresentadas as cultivares preferenciais para áreas onde há presença do parasita. Também foi discutido o manejo de solo adequado para incorporar a matéria orgânica e manter a sustentabilidade, garantindo a boa produtividade da cotonicultura baiana.

No painel “Cenário e resultados no controle de doenças do algodão no Oeste da Bahia”, o pesquisador da Embrapa Algodão, Fabiano Perina, destacou a incidência da mancha alvo do algodoeiro como ponto de atenção para produtores. “Ela tem se mostrado uma doença emergente na cultura do algodão, à qual o produtor precisa ficar cada vez mais atento. Apresentamos os resultados de produtos específicos, desde o controle cultural até o químico, por meio de fungicidas, a utilização de ingredientes ativos – que são mais eficientes para o controle dessas manchas -, quando aplicar, quais produtos direcionar e em quais épocas, para se ter uma eficiência maior de controle”, disse.

Diante da expectativa de que os efeitos da passagem do El Niño pelo Norte e Nordeste estejam presentes na próxima safra de algodão no Brasil, foram discutidas metodologias e estratégias para mitigar os efeitos os possíveis efeitos do fenômeno climático, com a meteorologista do portal Climatempo, Nadiara Pereira, dentre outros especialistas.

FONTE: Abapa

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