A produção atingiu a mesma média da safra passada, em torno de 1,5 milhão de toneladas de algodão (fibra e caroço), apesar de uma redução de 5% de área
As colheitadeiras trabalharam a todo o vapor para finalizar a colheita de algodão para cumprirem o prazo do início do vazio sanitário, em meados de setembro. Os produtores de algodão do Oeste da Bahia fecharam mais uma safra com resultados satisfatórios em produtividade e qualidade. Segundo maior produtor de algodão do Brasil, a Bahia atingiu a média de 310,15 arrobas de algodão em caroço/hectare em uma área total de 313.566 mil hectares. A partir do momento que foi avançando a colheita, os produtores ficaram cada vez mais otimistas. Apesar de uma redução de 5,27% de área, a produção atingiu a mesma média da safra passada, em torno de 1,5 milhão de toneladas de algodão (fibra e caroço).
Para a Abapa, que reúne os cotonicultores e monitora a safra na região, a tecnologia aplicada no plantio e o controle adotado no manejo das pragas como o bicudo do algodoeiro, foram apontados como diferenciais para o sucesso desta safra. “Mais uma vez os produtores baianos fizeram a lição de casa, e mesmo com o coronavírus, se manteve no campo, e com muita tecnologia e controlando as pragas como o bicudo, se tornaram mais uma vez vencedores, mesmo em uma safra com irregularidade das chuvas”, afirma o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato.
Se no campo, o setor agrícola se adaptou bem à realidade do coronavírus, a pandemia interferiu na comercialização e no preço do algodão. “Em relação ao mercado, houve uma redução inicial dos preços das commodities, até pelo desaquecimento do setor têxtil, mas que vem gradualmente voltando a crescer, apoiado pelo câmbio neste momento de vendas para o mercado internacional. Temos total condições de infraestrutura e logística já estabelecidas para a recuperação a médio prazo do nosso negócio e com algodão para atender os mercados interno e externo”, afirma Busato.
Mercado – Embora 70% dos produtores baianos tenham iniciado a fase da colheita com o algodão já comercializado, a maioria tem reforçado os investimentos na ampliação da armazenagem da fibra, o que vai possibilitar uma maior tranquilidade do produtor para comercializar o restante da produção com melhor preço. A redução do ritmo de comercialização da fibra também vai impactar na decisão do cotonicultor na próxima safra 2020/2021. A previsão, segundo a Abapa, é da redução média de 15% de área plantada, que deverão ser redirecionadas para o plantio de outras culturas que mantém o preço no mercado de commodities, como a soja, por exemplo.
“Assim como outros setores da economia, também impactados pela pandemia do coronavírus, temos a esperança de que o setor do algodão se recupere rapidamente. O produtor baiano, que já tem uma infraestrutura do seu negócio e já passou por outras crises, vai continuar confiando na rentabilidade e do retorno do seu investimento nas próximas safras diante da retomada pela fibra no mundo”, reforça Busato. A Bahia contribui com a participação de 25% da safra nacional, sendo considerada a área agrícola com a maior produtividade de algodão não irrigado do mundo. O plantio da safra 2020/21, está previsto para ser iniciado a partir do dia 20 de novembro, com o fim do vazio sanitário.
Ascom Abapa