O constante desequilíbrio no planejamento agrícola do País

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Setor de armazenagem está sempre em defasagem

Segundo estimativas da CONAB a safra de 2023 vai produzir 302,1 milhões de toneladas entre cereais, leguminosas e oleaginosas. Se isto se confirmar ela será 14,8% maior que a anterior que obteve um total de 236,2 milhões de toneladas. Somente com soja e milho a previsão é de 273 milhões de toneladas, o que já demanda uma incrível ação de logística para transportar estes grãos a todos os seus destinos. O mesmo órgão do governo afirma que a capacidade estática do País, para armazenar grãos é de 60% do total produzido. São cerca de 17.384 mil unidades em todo o Brasil, sendo a maior parte, de empresas privadas.

Sempre que acontece o planejamento da nova safra por parte do Governo Federal, para que anuncie os recursos que serão disponibilizados, as entidades representativas do setor de armazenagem fazem plantão no Ministério da Agricultura para debater o volume de recursos necessários para aumentar a capacidade de armazenagem e as taxas de juros possíveis de serem pagas por quem tomar esta linha de financiamento. O novo plano safra, anunciado ao final do mês de junho, estipulou um total de R$ 6,65 bilhões. Talvez este valor sirva para reduzir em até 20% o déficit existente.

Mesmo que seja sempre positivo e que em todos os planos um valor significativo seja destinado a esta atividade, é preciso lembrar que muitas unidades já chegaram ao seu prazo de validade e deveriam ser trocados por outros mais novos, com novas tecnologias. Portanto, é possível que este número de 60% de capacidade estática esteja defasado, se forem feitas análises de todas as unidades que estão em operação.

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E hoje há um novo fator que está pressionando para que as tomadas de decisão em relação à construção de novos silos e armazéns, sejam mais rápidas. E está vindo do campo! A partir do momento em que as máquinas de plantar e de colher se tornam cada vez mais eficientes, mais produção por hectare está acontecendo e mais rápida ela está sendo colhida. Como as unidades de armazenagem continuam as mesmas, repetidamente estão acontecendo gargalos na hora de descarregar o grão que saiu da lavoura, dentro dos silos e armazéns, gerando um problema grande na logística. A solução tem sido aumentar os custos da produção via pagar mais diárias para os caminhões ficarem esperando para descarregarem os grãos nos seus destinos.

E é por isto que, ao final de tudo, vem a sensação de estar sempre correndo atrás da máquina!. A solução não é simples e fácil. Afinal, não há cobertor para tapar a todos completamente, mas, talvez, seja a hora de olhar com mais atenção para esta questão porque não adianta melhorar o desempenho na lavoura se na retaguarda, na hora de guardar o que colheu, o problema só aumenta. Então, ao que parece, já passou do momento de comprar um cobertor bem maior, para tapar a todos e a solução não pode esperar mais uma safra recorde!

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