A tecnologia hoje é o facilitador do consumo, o veículo que liga as emoções ao cartão de crédito. Com um clique você descobre que aquele desejado produto não só está em oferta, como ela é a melhor oferta e que acabará em menos de 24 horas. Eis instalado o gatilho da escassez.
Você inspira, mas não respira. Confere o limite do cartão, verifica o número de curtidas do post, lê os comentários e descobre que se não comprar agora será a única excluída de uma comunidade de pessoas prósperas.
Liga para a amiga que não está na mesma vibe e a convence de que essa é realmente a melhor promoção. Mesmo sem entender nada do assunto, a amiga te incentiva a consumir. Você diz que não sabe vender, mas é extremamente boa na persuasão quando quer enganar a sua própria consciência.
Faz as contas e vê que o valor nem é tão caro, quando diluído em parcelas. Anda pela casa e se lembra que no mês passado a fatura veio tão alta que quase lhe custou um rim. Inspira, mas não respira e sai para poder decidir.
Na lanchonete o atendente gaiato, como que sabendo que você está prestes a colocar o pé onde não alcança, te lembra de um meme que diz: “de R$ 50,00 em R$50,00 reais a fatura quase chega no milzão.
Você volta para casa contrariada. Isso é um sinal do universo ou uma distração do capiroto para te afastar do sucesso?
Na dúvida, melhor comprar. Tem 7 dias para decidir, se quer ou não ficar.
Tenho cá pra mim que é exatamente esse o produto e/ou o serviço que você nunca irá usar e ou/ cancelar.
Por hoje, salvem a rainha, que – cá entre nós – continua linda estampada na libra esterlina.