Uma nova doença inflamatória ligada a já conhecida e temida Covid-19, vem apavorando pessoas em vários países. Agora o público-alvo são as crianças e adolescentes.
Recentemente, no final do mês de abril, a Sociedade de Pediatria do Reino Unido emitiu um alerta reportando a identificação de uma nova apresentação clínica em crianças e adolescentes, possivelmente associada com a COVID-19. Os pacientes apresentaram uma síndrome inflamatória multissistêmica, com manifestações clínicas e alterações dos exames complementares.
Após o alerta do Reino Unido, outros países (Espanha, França e Estados Unidos da América) também identificaram a ocorrência de casos de síndrome inflamatória multissistêmica em crianças e adolescentes, provavelmente associados à COVID-19.
Nos Estados Unidos da América, até o dia 17 maio, já haviam sido descritos mais de 100 crianças e adolescentes (entre 1 e 21 anos de idade, sendo mais de 50% deles entre 5 e 14 anos), hospitalizados por manifestações clinicas e alterações laboratoriais.
Em 90% dos casos foi possível detectar a presença do RNA do SARS-COV-2 ou anticorpos contra o vírus. Os casos ocorreram dias ou semanas após a COVID-19, sugerindo que esta síndrome inflamatória pode ser uma complicação tardia caracterizada por resposta imunológica desproporcional à infecção.
Em vez de atingir os pulmões, o vírus causa inflamação em todo o corpo e pode danificar gravemente o coração. Os pesquisadores estão examinando se as crianças infectadas eram geneticamente predispostas à síndrome.
Até agora não há registros oficiais de casos no Brasil, mas a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou um documento no dia 20 de maio, alertando para o caso, em parceria com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Reumatologia.