Desde que o mundo é mundo os pais zelam pelos seus filhos, aliviam a sua dor, abreviam o seu caminho, buscam de todas as formas dar-lhes a felicidade.
Os pais querem que os filhos sejam educados, comportados, notados, apreciados. Os pais sabem que são edição limitada e que nenhuma outra criança apresenta ter um DNA tão astuto quanto o deles.
Os pais fazem o seu melhor. Dizem, sim, dizem, não, mas sempre na dúvida se fez o certo ou o errado. Pais que são pais, ao final do dia, vendo o filho descansar, se questionam sobre como podem melhorar.
Isso é amor. Mas o amor também cega, confunde, embaralha a visão. O amor entorpece os sentidos e muitas vezes torna permissão o que era pra ser peremptoriamente uma negação.
No mundo das finanças a criança próspera é a que foi ensinada a lidar com as emoções. A que sentiu o sabor amargo da frustação. A criança que mesmo se sabendo amada teve que conviver com os nãos.
Eu sei, baby, que todo não é dor e que os pais querem ser carinho, mas a vida é sincera e no mundo real o filho se esfola, arranha o joelho, se machuca e chora. Na vida real o colo dos pais às vezes é só uma lembrança.
Se me fosse pedido um conselho financeiro, aos pais diria com amor, invistam em conhecimento e autoconhecimento. Deixem que os filhos se debrucem nos livros e se assustem maravilhados com o universo de possibilidades que lhes esperam. Deixem que se saibam pequenos e frágeis, para que se tornem seguros e assertivos.
Substituam os inúmeros brinquedos de pilhas por uma variedade de livros. Deixem que os amassem, que os coloquem na estante, que tenham o seu preferido. Pode até soar repetitivo, mas a mim sempre cabe dizer que “investir em conhecimento rende sempre os melhores juros.”
Por ora, lembranças aos pais e a rainha.