Expointer Digital acontece em formato inédito

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Público não vai ao parque, mas pode acompanhar todas as atividades da feira graças à transmissão on-line, que deve ser incorporada ao evento mesmo quando os portões voltarem a ser abertos

No ano em que comemora o seu primeiro cinquentenário, o Parque Estadual de Exposições Assis Brasil está recebendo a Expointer Digital 2020, até 4 de outubro. Será uma exposição diferente, com público restrito, mas que vai poder ser acompanhada de casa. A pandemia da Covid-19 provocou uma transformação no evento mais tradicional da agropecuária gaúcha, incentivando a transmissão das atividades pela internet e a elaboração de programações audiovisuais em todas as plataformas. O formato que viabiliza a feira deste ano será incorporado e se tornará complementar às edições presenciais do futuro, acreditam os organizadores.

A programação poderá ser acessada pelo siteAlém de julgamentos e leilões, a exposição inclui palestras e eventos técnicos. Segundo o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, as conversas sobre a edição do evento em 2021 já começaram. Embora não se saiba qual será o cenário epidemiológico, a tendência é que as ferramentas digitais sejam mantidas. “Será uma nova Expointer também para o ano que vem. Por mais que volte a ser presencial, vamos criar outras ferramentas, como esse ambiente virtual, para dar seguimento e levar a Expointer para aqueles que não conseguem visitar o parque”, resume o secretário.

A Expointer Digital deste ano ocorre num momento de recuperação do setor agropecuário, que vive um segundo semestre de preços aquecidos após a frustração provocada pela estiagem no início do ano. No Brasil, o setor agropecuário foi o único a apresentar crescimento no PIB do segundo trimestre deste ano. Grãos, carnes e leite estão com preços em alta e demanda crescente. Segundo a Emater, os gaúchos devem colher a segunda maior safra da história no ciclo 2020/2021. Essa também será a primeira edição da exposição depois do confirmação, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de que o Rio Grande do Sul tornou-se zona livre de aftosa sem vacinação. “Essa Expointer vai mostrar que o agro não parou”, afirma Covatti Filho.

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Ao mesmo tempo, o secretário admite que a questão econômica está em segundo plano nesta edição da Expointer. “Não temos que trabalhar com números, mas sim com a expectativa de fazer a Expointer”, reitera. No ano passado, a Expointer movimentou R$ 2,69 bilhões em negócios. Um dos destaques da feira deste ano é a presença das agroindústrias familiares, que se instalaram no parque e fazem suas vendas no formato drive thru. A programação inclui ainda debates on-line sobre assuntos de interesse do setor, como a sucessão rural e as agroindústrias.

Além do desafio de montar uma exposição presencial e virtual, os organizadores também se depararam com a tarefa de cuidar de sanidade animal e humana no mesmo evento. Por isso, todos que estiverem no parque são testados para Covid-19 por equipes da Secretaria de Saúde de Esteio. Totens com álcool gel também foram distribuídos pelo parque, onde só poderão circular expositores, autoridades e profissionais de imprensa. A administração estima que cerca de 1,5 mil pessoas devem passar pelo local durante a exposição. Na edição passada, 416 mil pessoas visitaram a Expointer.

Principais estrelas do espetáculo, os animais estão presentes em número reduzido. São 1.017 exemplares inscritos de equinos, bovinos e ovinos. Bubalinos e aves não participam desta edição. Ao todo, 18 raças estão representadas, sendo a principal delas o cavalo Crioulo, com 363 animais. No ano passado, 3,9 mil animais de argola e 2,5 mil rústicos marcaram presença. Segundo o presidente da Federação das Associações dos Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia, o número deste ano é expressivo tendo em vista as dificuldades resultantes da pandemia e o fato de que a Expointer chegou a ser cancelada, antes de ser retomada na nova configuração. “Nesse curto período de tempo, o que conseguimos construir é digno de comemoração”, observa.

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Segundo Lamachia, um dos fatores que motivaram a realização da Expointer Digital foi a possibilidade de que as associações de criadores concluam os seus ciclos do ano, com os seus devidos julgamentos e premiações.

Lamachia também cita o fato de que possivelmente esta seja a primeira exposição agropecuária em formato híbrido (presencial e digital), já que outras feiras do país realizadas neste ano ocorreram somente em formato virtual. “O modelo virtual vai ampliar significativamente a sua força e a sua importância. Seguramente é uma tendência que amplia o leque de visibilidade”, acredita o presidente da Febrac.

Fonte Correio do Povo

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