No Reino Unido, nasce primeiro bebê com DNA de três pessoas

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No Reino Unido, já nascem as primeiras crianças que foram criadas a partir do DNA de três pessoas, o que subverte a lógica da maioria dos nascimentos. Embora a técnica seja bastante polêmica, o bebê não é considerado, pelo menos geneticamente, “filho de três pais”. Acontece que mais de 99,8% do material genético do pequeno provém da mãe e do pai originais, e cerca de 1% é do terceiro doador.

Aprovado em 2015, o tratamento de doação mitocondrial (TDM) é um tipo de procedimento destinado a mulheres que tenham alto risco de transmitir uma doença mitocondrial. Por meio do tratamento, elas podem ter filhos biológicos sem passar a condição para os bebês.

A Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia britânica (HFEA, da sigla em inglês) informou que 32 pacientes, até o momento, receberam o aval para realizar o tratamento. No Reino Unido, podem realizar o procedimento somente os indivíduos com formas graves do quadro, após passar por uma análise e aprovação da HFEA.

O procedimento

Na primeira etapa do TDM, o esperma do pai é usado para fertilizar os óvulos da mãe com a doença mitocondrial e da doadora saudável. O material genético do núcleo do óvulo da doadora é removido e substituído pelo do óvulo fertilizado do casal. Embora o óvulo tenha os cromossomos do casal, ele carrega as mitocôndrias saudáveis da doadora. Depois da consolidação, ele é implantado no útero.

A clínica de Newcastle se tornou o primeiro centro licenciado para realizar o tratamento em 2018, e até abril deste ano, foi registrado um total “inferior a cinco”, mas não forneceu mais dados, dizendo que isso “poderia levar à identificação de uma pessoa a quem o HFEA deve o dever de confidencialidade”.

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É seguro?

No momento, a técnica é considerada em desenvolvimento. “Até agora, a experiência clínica com TDM tem sido encorajadora, mas o número de casos relatados é muito pequeno para tirar conclusões definitivas sobre segurança ou eficácia”, explica Dagan Wells, professor de genética reprodutiva da Universidade de Oxford, para o jornal The Guardian. “O acompanhamento a longo prazo das crianças nascidas é essencial”, acrescenta.

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