Bio, guarde essa palavra quando pensar em agroconsciente, daqui pra frente. Temos a bioeconomia, onde meio ambiente e responsabilidade social passam a ter fundos de investimentos, acesso a créditos, certificações e biomas protegidos valendo mais do que matérias primas clássicas. Mundo virando Bio.
Antônio Zem, presidente da Biotrop, empresa brasileira com pesquisas em biosoluções, com fortes convicções numa nova agricultura regenerativa, recebeu investimentos do fundo soberano de Cingapura, nesta semana, e me disse: “estamos ganhando espaços daqui para frente”. Bilionários como Gates, Bezos e Branson – novos astronautas amadores (constataram que a terra é redonda para terror dos terraplanistas!), Zuckerberg, Soros, dentre outros, da mesma forma estão num novo unicórnio do agro para lançar biofertilizantes, se chama Pivot Bio. A Indigo, outro sucesso mundial, já atua no Brasil no campo da bioagricultura, considerada o maior sucesso até então de uma startup unicórnio no agro.
Setores de mecanização desenvolvem equipamentos com sensores para aplicação de bioinsumos diretamente no sulco, surgem nomes novos, de empresas até então desconhecidas como Orion, Oligo Biosoluções para Pecuária , Amvac, Korin, Biocontrole, Biocontrol, Agrofresh na tecnologia de pós colheita e mesmo as marcas clássicas e já famosas lançam suas linhas de bioinsumos, bioequipamentos, biobigdata, Bovexo, UPL com NPP – natural plant protection, enquanto a Coopercitrus Credicitrus cria sua fundação e na Coopercitrus Expo Digital oferece a maior plataforma de informações tecnológicas no padrão ESG integrada do país. E tem muito mais com Embrapa, institutos agronômicos, universidades e grandes corporações e associações mudando o foco e a velocidade da evolução. Doravante é bio. Biobusiness, biocidadania. Biometanização. Você já ouviu esse nome?
Cristian Malevic, diretor da MWM Motores e Geradores me disse: “Biometanização”. Guarde esse nome. Vamos ter motores movidos a biometano. Será o combustível renovável e natural do biogás. Gás natural renovável. De onde sairá? Dos resíduos, estercos dos animais das fazendas da pecuária, e dos lixões. Produtores rurais serão também postos de combustível de gás natural renovável, o biometano sustentável.
Ou seja, não adianta ser bio do lado de dentro das fazendas, precisa ser bio nas máquinas, caminhões, na movimentação das cargas e não usar o fóssil. Motores movidos ao biometano, o gás natural renovável e mesmo nas usinas de cana, onde se produz o etanol, renovável, ou nas unidades de biodiesel da soja, os caminhões precisarão ser de biometano, originado dos resíduos da cana de açúcar.
Como um cara nascido em 1743 em Paris, Antoine Laurent Lavoisier disse: “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Tão simples quanto, o fóssil fossilizou, doravante agro é bio, agroconsciente é biociência, bioconsciência e até o marketing virou bio. É biomarketing.
José Luiz Tejon – Jornalista, publicitário, professor em agronegócio