Produtores rurais podem aumentar sua renda vendendo carbono. Será?

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A Conferência do Clima realizada neste mês em Glasgow, Escócia, também conhecida como COP26, foi uma continuação da conferência de Paris, na qual vários temas foram levantados na direção de reduzir o impacto das ações do homem no meio ambiente da Terra. O evento já tinha uma certa pauta prévia; soluções para o sequestro de carbono, considerado um dos gases responsáveis pelo efeito estufa, segundo os especialistas. Além disto, discussões para reduzir o uso de energia fóssil, vindo do petróleo ou carvão.

Interessante observar que logo após o término da COP 26, diversas empresas e consultorias se lançaram ao mercado anunciando medidas para descarbonizar o planeta, via ações que possam reduzir sua emissão ou “sequestrar” da atmosfera. Rapidamente foi criado um “mercado público” de ofertas para constituição de projetos de compensação de emissão deste gás. Ao que parece empresas de várias partes do mundo, que precisam continuar a produzir podem comprar de outros países o carbono que este local reduz, via suas ações específicas.

Produtores rurais podem aumentar sua renda vendendo carbono. Será?

É aí que entra a produção agrícola e o Brasil. Segundo o agrônomo e Diretor da ConnectFarm, empresa de consultoria agronômica, Rodrigo Dias*, num futuro, é possível que o produtor rural possa aumentar seus ganhos via comercialização de créditos de carbono neste mercado, que servirá para que esta empresa citada anteriormente, compense o que ela emite. De que forma isto vai acontecer? Rodrigo diz que toda a produção agrícola tem potencial para sequestrar carbono e que é possível fazer um cálculo de quantas toneladas por hectare se retira da atmosfera na produção de soja, milho ou outra atividade no campo.

Mas, e muitas vezes tem um mas, não é tão fácil quanto parece. Apesar de todas as promessas e projetos que estão aparecendo, o mercado de carbono não está regulamentado. Não existe ainda uma agência reguladora ou certificadora para atestar que tal fazenda, por conta das suas ações sequestra x carbono e pode colocar este título no mercado. E segundo o jornalista Richard Jakubaszko, autor do livro CO² Aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando? “A empresa que for comprar, tem de fazer isso todo ano, por 20 anos, e com plano aprovado na ONU, do contrário, não tem validade.

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Portanto, apesar de parecer o pote de ouro ao final do arco íris, como a própria realidade, não é tão fácil encontrar o pote, assim como não vai ser fácil vender este créditos de carbono. Enfim, é esperar para ver o que realmente acontece.

*Na edição do fim de semana passado do Depois da Porteira (podcast no site) tem a entrevista com o agrônomo Rodrigo Dias onde ele fala do tema sequestro de carbono.

Produtores rurais podem aumentar sua renda vendendo carbono. Será?

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