Mimar envolve superproteção, ausência de ensinamentos que tornem a criança aos poucos autossuficiente, criando sempre uma dependência e aprovação dos outros. Mimar envolve a entrega pronta do que se quer, reforçar comportamentos que são disfuncionais, aceitar e não corrigir erros e assim como muitas vezes vemos, satisfazer a criança completamente, e costumo dizer mimar demais, tende a fazer com que a criança crie características importantíssimas que são desenvolvidas ainda na infância, como a resiliência, conhecimento de suas emoções, luto e frustações, foco na solução e inteligência emocional.
A conclusão pode ser vista ao olharmos uma criança ou adolescente dependente de suas famílias, despreparados emocionalmente para enfrentar desafios e frustrações. Normalmente os “mimados” também não conseguem ter flexibilidade para conviver com situações que fujam de suas tolerâncias, que é bastante pequena dentro do seu micro mundo familiar. Mas aí alguns pais dizem: mas quem mima meu filho não sou eu, é a avó, é a funcionária, é a tia! Bom, que ótimo que seu filho ou filha convive com outras pessoas e tem a possibilidade de aprender a ser em outros ambientes, mas a educação e condução emocional que ela desenvolverá não pode ficar a cargo de terceiros. Os pais tem a responsabilidade enorme de frear parentes que estejam atrapalhando o desenvolvimento saudável de seus filhos, pelo bem deles que irão saber viver em um mundo de adultos e responsabilidades.
Diferenças entre Mimar x Acolher
· Mimar: ‘’ Não chora filho. Mamãe tirou de você lá porque bateu no amiguinho, não foi? Mas vamos voltar agora mesmo para você brincar de novo! Promete que não vai bater mais né?’’
· Acolher: ‘’ Filho, eu entendo que esteja chateado, eu também ficaria, mas bater no amiguinho machuca e não é legal. Vamos esperar você se acalmar e depois podemos tentar de novo, com um aprendizado novo.’’
· Mimar: ‘’ Não chora, meu amor! Pronto tá aqui, mamãe vai comprar para você.’’
· Acolher: ‘’ Mamãe entende que você queria muito esse brinquedo e não podemos levar nesse momento. Também me sinto assim quando não tenho o que eu quero as vezes. Quer anotar no seu caderninho de desejos?’’
· Mimar: ‘’ Filho, você jogou o prato de comida no chão? Não faça mais isso, viu? Agora mamãe vai ter que limpar.’’
· Acolher: ‘’ Eu entendo que você esteja com raiva, e não queira comer o feijão, mas jogar o prato no chão não é uma solução! Como vamos resolver esse problema? O que fazemos quando a gente suja algo? (Solicite a ajuda da criança para realizar a limpeza, se ela estiver muito nervosa, espere ela acalmar e ajude-a realizar a limpeza).’’
Mudar velhos hábitos e descontruir crenças pessoais dos pais, podem ser um ótimo caminho para uma educação mais amorosa e assertiva.