Os povos nômades do deserto, mesmo nos dias de hoje, conhecem suas origens históricas e ancestrais. Sabem a que ramo familiar pertencem. Ciganos também sabem por que mantêm a tradição de relatar aos seus descendentes às suas origens para que tenham orgulho do passado e possam valorizar o presente. Com a possibilidade de conquistar a cidadania em países europeus, como Itália, Alemanha, Espanha e Portugal, muitos brasileiros foram atrás das suas origens a fim de comprovar a ancestralidade e conseguir o visto de cidadão daquele País, e poder viajar a turismo ou viver como um local, dentro da comunidade europeia.
O Brasil como dizem os estudiosos é uma colcha de retalhos culturais, formado por imigrantes de vários países e somados aos povos originários e aos negros trazidos como escravos. Depois que tudo isto foi jogado no liquidificador genético formou-se uma população composta por brancos, negros, indígenas, pardos, mulatos, caboclos e cafuzos. Isto permite que tenhamos uma riqueza ancestral, de encontros de etnias muito plural e interessante.
Ao participar de um curso, foi dada a tarefa de buscar a minha origem familiar. Como em todo o núcleo, as histórias de avós, tios, bisavós são contadas, mas as suas ligações familiares, ascendentes, descendentes nem sempre são pesquisadas, salvo pelo motivo escrito acima, de busca de cidadania. Particularmente não tinha esta vontade de ir em atrás desta história pessoal, muito além dos avós, mas foi algo novo e muito interessante.
O exercício de ir em busca destas informações, montar a árvore com a relação dos irmãos, tios, primos, avós, bisavós, falar com as primas que lembram das histórias (tenho duas com mais de 90 anos) foi e ainda é algo muito interessante. Aos poucos fui percebendo em mim, a sensação de pertencimento a um grupo familiar extenso, composto de portugueses (que vieram para o Brasil e se separaram, indo morar em regiões diferentes), franceses e mulatos (baianos). É um quebra cabeças que vai se montando aos poucos e contando a minha história, como cheguei até aqui e que não “vim do espaço”, mas que possuo raízes muito antigas que podem remontar a séculos e séculos passados.
Quando vejo filmes de época, castelos e quando, no ano passado, pude conhecer cidades da Itália, ficava imaginando quem por acaso teria morado naqueles castelos? Para onde foram os habitantes daquela civilização? Que famílias formaram, que descendentes tiveram, quais as raízes profundas que têm naqueles lugares, a que tribo pertenceram?
E então, olhando para a árvore que estou construindo, me vem a pergunta, a que tribo eu pertenço? E qual a sua tribo?
Para quem quiser fazer o exercício, os Mórmons mantêm um site de pesquisa genealógica (www.familysearch.org).
