A flexibilização no uso e na compra de armas foi uma das principais promessas de campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o qual assinou quatro decretos que flexibilizaram o uso e a compra de armas de fogo no Brasil, em fevereiro de 2021. No primeiro dia de mandato, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revogou decretos de Bolsonaro, estabelecendo novas regras.
Durante o mandato de Bolsonaro, a quantidade de brasileiros com autorização para ter arma de fogo aumentou sete vezes e o número de CACs (grupo formado por caçadores, atiradores e colecionadores) subiu de 117.467, em 2018, para 813.188, em 2022. Além disso, entre 2019 e 2022, mais de um milhão de armas foram registradas.
Somente na Bahia, o número de armas cadastradas cresceu 77,73%, com a aquisição de 24.259 armamentos durante o período de 2019 e 2022. De 1996 até 2018, o total de armas registradas era de 13.649. Os dados foram obtidos pela Polícia Federal, através do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma).
Das mais de 20 mil armas adquiridas entre 2019 e 2022, 4.639 foram cadastradas na categoria de “fuzil/carabina”, destas 1.744 possuem modalidade de disparo automático e 2.886 são semiautomáticas. Além disso, 15.859 pistolas e 3.756 armas espingardas/garruchas foram contabilizadas no sistema da PF.
Durante o período da gestão de Bolsonaro, 21.460 armas foram compradas para práticas “esportivas”, seja para a prática de caça (226), como também para clubes de tiros (21.234). Por fim, 1.706 armas foram compradas para “acervo cidadão”, e 1.069 para colecionadores de armamentos.