Os recentes efeitos climáticos que o Brasil está sofrendo, geadas e estiagens que afetaram fortemente a produção agrícola, reacende novamente o debate sobre mudanças climáticas no País e no mundo. Imagens catastróficas de incêndios, lives com especialistas em clima, meteorologistas, cientistas que estudam os efeitos da temperatura do mar sobre o clima e mais uma vasta gama de teóricos que defendem a ideia de que o homem é o principal promotor destas alterações, entram em cena. Por outro lado há grupos de cientistas que defendem o oposto, que não há aquecimento global nem risco de isto acontecer, que o processo é cíclico e, portanto, o homem precisa aprender a conviver com este modelo de clima.
Colocando mais um fato para esquentar a discussão, nesta semana, em um grupo de experts em irrigação, a postagem de uma reportagem que profetizava a desertificação da região do semi árido brasileira e a devastação da amazônia provocadas pelo desmatamento para plantio de grãos, esquentou o debate entre os participantes. Várias foram as boas contribuições de informações e ideias, mas uma chamou a atenção. A que dizia que em vários estudos não consideram os fatores hidrológicos que, muitas vezes, provocam a ciclicidade do clima. E para intensificar ainda mais o “problema” as pessoas esquecem de fatos passados recentes.
E foi citado, por exemplo, uma enchente que aconteceu em Piracicaba,SP, no início dos anos 90. Mas as pessoas e a imprensa lembraram muito mais, da estiagem que aconteceu em 2014/15. A região das Missões, no Rio Grande do Sul é conhecida por ter fortes estiagens. Isto é razão inclusive para ser um dos pólos de irrigação no estado. Todo o ano que esta estiagem se repete, as pessoas e a imprensa falam como se tivesse sido a pior dos últimos anos. E, em 1630 já havia registros de secas fortes na região.
Se colocarmos todos estes pesquisadores em um fórum de debates, talvez não saia uma conclusão, porque cada um vai defender a sua verdade. Mas pode ser que se todos forem com o propósito buscar novos caminhos de estudos, incluindo tudo que já foi feito até o momento no intuito de somarem as experiências e conhecimentos, se saia com uma perspectiva de descobrir uma nova visão, ou confirmar o que já existe.
Por enquanto parece que como o homem só muda sua atitude diante do caos, a versão de que ele é o causador de todos as catástrofes climáticas pode ser a mais útil para o momento, pois assim, pode ser que se consiga mudanças no comportamento humano em relação ao meio ambiente no qual ele vive. Afinal, não dá para se morar num lugar e enchê-lo de lixo sem nunca limpar, né?