A miragem da verdade

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Dizem que depois de algumas horas andando no calor escaldante de um deserto, as pessoas começam a ter miragens de lugares paradisíacos, os chamados oásis. Mas, quando chegam ao local, não era verdade, era um delírio. Durante a vigência do Império Romano uma frase dita pelo imperador Júlio Cesar de que sua esposa não podia ser somente honesta, mas precisava parecer honesta se tornou um dogma que persiste até hoje na nossa cultura. Assim como apagar da memória da população tudo que se referia a um péssimo reinado, pois para eles, o pior castigo era não deixar um legado na história. Por conta disto é que surgiu o famoso Coliseu, construído para apagar o reinado de Nero.

Miragens, dogma, memória. Em tudo isto existe o que é a verdade e o que é a percepção da verdade. Na maior parte das vezes, por conta inclusive dos efeitos das redes sociais, temos lidado muito mais com percepção do que pode ser, do que o que realmente é. Atualmente estão cada vez mais fortes os julgamentos feitos no “tribunal” da internet ou das redes sociais baseado bem mais em percepções do que realmente nos fatos como eles ocorreram.

Qual a consequência disto? Visões e opiniões distorcidas da realidade. Em uma entrevista em rádio, semana passada, a entrevistada disse que boa parte da população trabalha muito mais com a percepção do que com a verdade do fato. No campo há dois fatos com os quais a população de mobiliza muito, mas em realidade é com a ideia de, a percepção de que, mas não conhece verdadeiramente a realidade. E, portanto, assume uma posição contrária sem dar ouvidos aos fatos, como eles são.

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A primeira é com relação ao uso da irrigação nas lavouras. Há um certo clamor contrário porque segundo a percepção de muitos, estão usando água que pode faltar para o consumo humano. A realidade é que o uso da irrigação em plantios favorece muito a que se tenha alimento regularmente na mesa e consome muito menos água que uma rua inteira lavando seus carros ou molhando seus jardins. E isto não produz alimentos. Mas porque não se consegue vencer a percepção contrária que a população tem?

Todo o mundo que tem planta em casa ou no jardim em algum momento tem que lidar com o ataque de fungos e outros problemas que afetam a saúde delas. É parte do ciclo da natureza. Um elemento alimenta ao outro que alimenta um terceiro.

Para produzir o arroz, feijão, trigo e outros alimentos o produtor rural está sempre “brigando” contra fungos e insetos que atacam sua lavoura e que se não controlar perde grande parte do que plantou. Até o momento, o recurso é a utilização dos agroquímicos, remédios que como nas plantas caseiras ou em jardins, são aplicados para manter a planta saudável. Muitos destes agroquímicos têm a mesma formulação que remédios que usamos em nós mesmos para, por exemplo, controlar os fungos nos pés ou em outra parte do nosso corpo.

Mas qual a percepção que se tem deste método? De que ele causa a morte das pessoas. Qual a realidade? Se quem for aplicar não tomar todas as precauções, sim pode se intoxicar. Mas consumir produtos no prazo certo de quarentena e seguindo as recomendações de limpeza, o risco de um dano sério a saúde, é baixíssimo.

Porque então é difícil mudar hábitos, conceitos? Porque muitas vezes as pessoas vivem com a percepção, com a miragem, e não com a verdade. E você, como vive com isto?

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A miragem da verdade

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